"Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós."
Efésios 4:1-6

Cada Igreja é a Igreja Católica

Posição da IEPP
 Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal


Cada Igreja é a Igreja Católica, ainda que não a totalidade dela. Cada Igreja realiza a sua catolicidade quando está em comunhão com as demais Igrejas. Afirmamos que a expressão mais visível da catolicidade da Igreja é a santa comunhão vivida num ministério mutuamente reconhecido e reconciliado (II, 7)

Este parágrafo integra a Declaração “Chamadas a ser a Igreja Una”, aprovada na última Assembleia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (Porto Alegre, Brasil, 2006) e na qual as Igrejas renovam o seu compromisso de buscar a unidade e aprofundar o diálogo. É com elas que a Comissão Executiva do Sínodo da Igreja Evangélica Presbiterianade Portugal (IEPP) começa por responder às Respostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja que a Congregação para a Doutrina da Fé, do Vaticano, acaba de divulgar.
Este documento, cuja estrutura (pergunta e resposta) é em tudo semelhante à de um catecismo da Idade Média, não contém em si nada de novo, se tivermos em conta o que anteriormente esta mesma Congregação já havia dito em documentos anteriores, particularmente na Declaração Mysterium Ecclesiae (1973), a Carta aos BisposCommunionis notio (1992) e a Declaração Dominus Iesus (2000).
Tendo reagido a esta última com “desilusão e tristeza” na carta então enviada (13/9/2000) ao Cardeal Cassidy, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade Cristã, a IEPP manifesta os mesmos sentimentos perante o grave erro e a arrogância manifestados pela Igreja Católica Romana (ICR) ao identificar-se como a única Igreja que Cristo “constituiu sobre a terra” e instituiu como “grupo visível e comunidade espiritual”. “Esta é a única Igreja de Cristo, que no Símbolo (Credo) professamos como sendo una, santa, católica e apostólica [...]. Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica (romana), governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele”.
Afirmando o seu desacordo perante as interpretações bíblicas e teológicas que as “Respostas” dão às questões levantadas no documento, a IEPP entende não ser este o local para as rebater, mas continua convicta que “palavra do Magistério não é Palavra de Deus” e pensa que, uma vez mais, esta palavra do Magistério causará desconforto, indisciplina e mesmo ruptura entre os fiéis católico-romanos.
Terminamos como iniciámos: desiludidos e tristes. Como Igreja com muita responsabilidade no diálogo ecuménico neste país, provavelmente o seu introdutor e promotor, a IEPP como Ecclesia reformata semperreformanda lastima mais esta tentativa da ICR voltar aos tempos tridentinos, mas não desiste de ser uma Igreja (ainda que “não em sentido próprio”, como afirma a Dominus Iesus, que se afaste do desejo, e mandamento, do Senhor que, na prece elevada ao Pai, em nosso favor, diz: “Que eles sejam um… para que o mundo creia…... João 17: 21/23
Comissão Executiva da IEPP
Lisboa, 11 de Julho de 2007