"Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós."
Efésios 4:1-6

Disciplinas Espirituais

Doutrina: Disciplinas Espirituais

Leitura: 1 Tm 4.1-16

Paulo orienta a Timóteo que se exercite diariamente na piedade (v7), com a mesma determinação de um atleta que planeja ganhar uma corrida, sendo diligente nisso (v16).O que Paulo recomenda a Timóteo era o que ele mesmo fazia (Fp 4.9) e o que ele aprendeu com Jesus (1 Co 11.1).O Senhor Jesus foi um completo vencedor sobre as tentações. Nunca pecou (2 Co 5.21). Ele era um homem como nós (Hb 4.15). O que Ele fazia para não pecar? Tinha disciplinas espirituais.

Algumas das disciplinas espirituais que fazem do crente um vencedor:

1.Oração

Jesus orava durante a madrugada (Mc 1.35), nas montanhas (Mc 6.46).Jesus criou o hábito de orar no no Getsêmani (Lc 22.39). Tinha seu lugar de oração.Jesus orou sempre: do batismo (Lc 3.21) até a morte (Lc 23.34).Para escolher os 12, passou a noite em oração (Lc 6.12).A oração não era um dever, mas uma oportunidade.

Quanto mais fama Jesus tinha, mais orava (Lc 5.15).A oração muda as coisas, mas principalmente, muda você.Oração = conhecimento de uma necessidade, reverência, adoração, confissão, baseada nas promessas.

A oração alarga a visão, muda a perspectiva, alimenta, nos introduz na presença de Deus.A oração nos ajuda a colocar nossa vida na perspectiva de Deus e nos prepara para a resposta.Auto-suficientes não oram, apenas falam consigo mesmos.Ele nos mandou orar (Mt 26.41)Se Jesus precisa orar, e quanto a nós?A oração e a Palavra são elementos essenciais para a santificação (1 Tm 4.5).

2.Conhecimento das Escrituras

A Bíblia não fala sobre o estudo das Escrituras, mas Jesus familiarizou-se com estas na sinagoga.Aos 12 anos, conversou com os mestres durante 3 dias (Lc 2.47)Depois da ressurreição, passou o dia explicando as escrituras (Lc 24.25-27).Citava os profetas (Mt 15.7-9).Conhecia a história de Sodoma e Gomorra (Mt 10.15), Noé (Lc 17.26),
Jonas (Mt 12.39-41) e Davi (Mt 12.1-8).A palavra o fortaleceu e o preparou contra a tentação. Na hora da tentação, usou a Palavra: “Está escrito”. Escondi a Palavra no coração para não pecar (Sl 119.11)Deleito-me em fazer a Tua vontade (Sl 40.8)O crente se alimenta da Palavra (1 Tm 4.6) e deve aplicar-se ao seu estudo e meditação (v13).

3.Jejum

Jesus não ordenou o jejum, mas certamente esperava que os cristãos jejuassem (Mt 6.16; 9.14,15).
O jejum deve ser acompanhado de uma atitude interior e não exterior (Jl 2.12,13; Is 58.5,6; Mt 6.16). Jejum não é substituto para a obediência.
O Jejum pode ser total (Et 4.16; At 9.9) ou parcial (Mt 4.2; Dn 10.3).
Em alguns momentos houve uma ação sobrenatural (Dt 9.9; 1 Rs 19.8), capacitando a um jejum muito demorado, que não deve ser praticado sem estrita ordem divina.Jejum absoluto demorado, quando ordenado por Deus (Ex 24.12,15,18;1 Rs 13.8,9).
O Jejum pode ser individual ou coletivo.
Não deve ser feito para engrandecer-se ou mostrar espiritualidade (Mc 2.18-20).
Personagens bíblicos que jejuaram: Jesus (Mt 4.2), Moisés (Ex 34.28), Elias (1 Rs 19.8), Paulo (2 Co 11.27), Cornélio (At 10.30), Ana (Lc 2.37), Davi (2 Sm 12.16), Neemias (Ne 1.4), Ester (Et 4.16), Daniel (Dn 9.3).
Aspectos práticos a serem observados:
- Começar com períodos curtos, em jejum parcial.
- Antes do jejum, controlar café, não encher o estômago.
- Encerrar o jejum com uma refeição leve.
- Cuidado com a abstenção demorada de açúcar.
- Não iniciar jejuns absolutos prolongados sem experiência ou recomendação médica.
Em algumas situações não é recomendado: grávidas, diabéticos, cardiopatas. Ver Mt 15.32.

4.Participação no Culto público

Jesus tinha o costume de ir a sinagoga (Lc 4.16). A liturgia da sinagoga não poderia comparar-se com a do céu.O que Ele poderia obter de um rabino que não o fizesse na meditação e oração?
Mas o culto é para dar, não receber.No culto oferecemos a Deus nossa adoração e aos outros nossos dons e ministérios.No culto, Jesus curou, libertou e ensinou. Hoje também podemos compartilhar nossos dons, o que Deus nos deu.
Na igreja, “meu Pai” vira “nosso Pai”.A Bíblia recomenda: não deixemos de congregar-nos (Hb 10.25).
É na congregação que podemos cumprir os mandamentos “uns-aos-outros”:Lavar os pés (Jo 13.14), amar (Jo 13.34), preferir (Rm 12.10), receber (Rm 15.7), saudar com ósculo (Rm 16.16), servir (Gl 5.13), suportar (Ef 4.2), perdoar (Ef 4.32), ensinar (Cl 3.16), consolar (1 Ts 4.18), edificar (1 Ts 5.11). Podemos ler a Bíblia diariamente, estudá-la, memorizá-la, meditar nos seus mandamentos e aplicá-los à nossa vida.
4.Vida de Obediência

Por meio da obediência, colocamos nossa vontade submissa a Deus e atacamos a raiz da tentação.Jesus obedecia aos seus pais (Lc 2.51).Aprendeu a obedecer (Hb 5.8).
Quem é obediente nas pequenas coisas, é obediente em tudo. No Getsêmani, obedeceu (Mt 26.42; Fp 2.8-11). A Bíblia manda-nos obedecer:
Filhos aos pais (Ef 6.1, Cl 3.20), Empregados aos patrões (Ef 6.5, Cl 3.22, Tt 2.9,10), Crentes aos pastores (Hb 13.17), Às autoridades (Tt 3.1, Rm 13.1,2). Quem não se submete à autoridade, desobedece a Deus (Rm 13.1-4)

Obras consultadas:

EXLEY, Richard. Os 7 Estágios da Tentação – Estratégias espirituais para fugir da tentação e de suas conseqüências. São Paulo: Vida, 2000.