"Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós."
Efésios 4:1-6

Reencarnação

Doutrina: Reencarnação
Leitura: Jo 3.1-16

Reencarnação: voltar na carne; A volta da alma ou espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. É, essencialmente, a possibilidade que tem a alma de voltar a habitar um corpo seja humano, animal ou vegetal. Crença oriunda do Oriente, foi adotada pelos gregos no orfismo, maniqueísmo e gnosticismo, e por movimentos religiosos mais recentes, como o espiritismo. Em religiões animistas é comum a crença em múltiplas almas e na transmigração ou reencarnação. Existia no Hinduísmo, Budismo, Pitágoras. (origem: Vedas). Baseia-se na Lei do Carma: O que se semeia numa vida colhe-se na próxima.

Diferente de encarnação e ressurreição.
Encarnação: um ser espiritual assume um corpo de carne e osso.
Ressurreição: um espírito retorna ao mesmo corpo no qual habita.

No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Alan Kardec, tenta mesclar ensinamentos cristãos com a doutrina espírita. Chega a dizer que Jesus ensinava a doutrina da reencarnação e que esta fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. É claro que tal argumento não passa de especulações infundadas. É uma alegação totalmente gratuita, pois em nenhum lugar da Bíblia se encontra o termo reencarnação e nenhuma menção ainda que indireta dessa doutrina é feita nos evangelhos ou nas cartas apostólicas. Mesmo porque, ressurreição e reencarnação não só etimologicamente como doutrinariamente são completamente diferentes.

Razões apresentadas para a reencarnação:
- Imortalidade da alma: as almas são eternas e sobrevivem à morte do corpo.
- Necessidade de justiça: os pecados de uma vida são pagos em outra, através do sofrimento, da pobreza.
Refutação:
Imortalidade da alma: não implica em reencarnação, pois o espírito pode sobreviver desencarnado.O espírito retorna em um corpo ressurreto e definitivo. Na parábola do Rico e Lázaro (Lc 16.19-31), a sua alma pede para retornar (não nascer de novo) e avisar seus irmãos.
Problema da justiça: Se todos os homens vêm à terra para pagar seus pecados em vidas anteriores, e Jesus? Morreu numa cruz e viveu como pobre. Quem pecou? Nem ele nem seus pais (Jo 9.3)
Será que a teoria da reencarnação pode mesmo oferecer esperança e senso de justiça a este mundo turbulento? E que tipo de conforto ela oferece no que diz respeito ao perturbante problema da morte? A lei do Karma é impiedosa. Todavia, a mensagem de Jesus Cristo é diferente. Jesus não negou que há sofrimentos injustos. Ele ofereceu perdão para aqueles que os causam e conforto para aqueles que os experimentam.

Argumentos contra a reencarnação:
Problema Moral: Um homem pode pagar pelo que nem lembra ter cometido?
Regressões infinitas: O Espiritismo afirma que Deus criou os espíritos ignorantes, mas a Bíblia diz que tudo era muito bom e que os homens foram criados perfeitos. (Gn 1.37; Ec 7.29)
Social: Estamos melhorando após tantas vidas?
Bom senso: O Espiritismo afirma que para haver salvação precisa se fazer caridade. Mas se o sofrimento faz parte da purificação da alma de pecados anteriores, ajudá-la não seria atrapalhar seu progresso?

Refutação Bíblica:
Os homens morrem apenas uma vez (Hb 9.27; Jó 7.9,10). Deus criou os homens perfeitos (Gn 1.27,31). As almas permanecem num estado intermediário desencarnado (2 Co 5.8; Ap 6.9). Após desencarnação, podem retornar pela ressurreição (Jo 5.28, 29; Ap 20.4-15). Deus nos dá uma possibilidade, uma vida e os pecadores terão punição eterna (2 Ts 1.9; Mt 25.41). A salvação é um dom e não um prêmio por merecimento (Jo 4.10; Rm 3.24; Ef 2.8,9).

Textos usados pelos defensores da reencarnação:

Jesus e Nicodemos (Jo 3.1-16)

Jesus afirma que quem não "nascer de novo" não entrará no Reino dos Céus. Ele deixa claro que "nascer de novo" não significa um nascimento da carne, mas sim um nascimento espiritual, do Espírito. Veja alguns exemplos do que significa o "novo nascimento" da água e do Espírito (Tg 1.18; 1 Pe 1.23; Jo 1.12,13; 2 Co 5.17)A água significa a Palavra de Deus, e não o líquido amniótico nem a água que constitui o mundo de prova e expiação – Terra (Ef 5.26; Tt 3.5,6)A Bíblia diz que o verdadeiro e único aperfeiçoamento do homem acontece quando ele aceita Jesus Cristo como único e suficiente Salvador (Hb 10.1-14; 1 Pe 5.10)

João Batista é Elias? (Mt 17; Lc 1.13-17)

João negou ser Elias (Jo 1.21) e ele falava a verdade (Jo 10.41). Se partirmos do princípio espiritualista, João Batista era um espírito evoluído, logo ele teria conhecimento de sua reencarnação passada, ou na pior das hipóteses ficaria em dúvida, e não responderia com tanta objetividade.Em relação ao episódio da transfiguração de Jesus, podemos citar alguns argumentos. O espiritismo sustenta a tese de que, numa sessão mediúnica, um espírito ao se manifestar assume a sua última identidade corpórea. No monte da transfiguração, apareceu Moisés e Elias. Se João Batista fosse a reencarnação de Elias, ele deveria aparecer, e não Elias, pois o próprio João Batista já estava morto (Lc 9.7-9)Em relação ao versículo que diz que João Batista ia no espírito de Elias, vamos tecer também alguns comentários. A Bíblia não diz que João Batista ia com o espírito de Elias. Existe uma grande diferença entre ir no espírito e ir com o espírito de Elias. A palavra no significa no mesmo ímpeto, semelhante.
João Batista e Elias eram semelhantes:João Batista foi perseguido por uma mulher (Herodias) e por um rei (Herodes) (Mc 6.18-20).Elias também foi perseguido por uma mulher (Jezabel) e por um rei (Acabe) (1 Rs 21.20).João Batista usava uma capa de pêlos (Mt 3.4).Elias também usava uma capa (1 Rs 19.19)João Batista era intrépido (Lc 3.7).Elias também era intrépido (1 Rs 18.27).João Batista foi o último profeta (Lc 16.16).Elias era profeta.
Em 2 Rs 2.15, diz que o espírito de Elias repousa sobre Eliseu. Isto quer dizer que Eliseu estava no espírito de Elias, com o mesmo ímpeto que Elias, semelhante a Elias, e não que Eliseu possuía o espírito de Elias, porque isto era absolutamente impossível, pois Elias e Eliseu estavam vivos ao mesmo tempo.A lei reencarnacionista é bem clara, que inclusive está escrita no túmulo de Allan Kardec: "Nascer, morrer, renascer e progredir sempre, esta é a lei". Logo, é preciso morrer para poder renascer. Com isso, desfaz-se em definitivo o argumento espírita que João Batista foi a reencarnação de Elias. Elias não morreu. Ele foi arrebatado com corpo e tudo (2 Rs 2.11)Temos outro exemplo de arrebatamento na Bíblia, provando que esse tipo de fenômeno independe da morte (Gn 5.24; Hb 11.5)
A reencarnação é uma falsa tentativa de salvação por obras. A Bíblia fala que o coração humano é a coisa mais enganadora que possa existir (Jr 17.9), que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23), que todos se afastaram de Deus e cada um se desviou pelo se caminho (Is 53.6), não há homem justo sobre a terra que faça o bem (Sl 53.3), e nunca peque (Ec 7.20). Então, qual a vantagem de retornar a Terra em um corpo diferente? O grau de mudança não seria suficiente para fazer uma diferença. Você vive sua primeira vida como um pecador que se afastou de Deus, depois você retorna como uma pessoa diferente que apesar de tudo é um pecador que se afastou de Deus. Esse ciclo eterno não traria nenhum beneficio a ninguém. Desde que somos pecadores, nós precisamos de perdão. Desde que todos nós nos afastamos de Deus, nós precisamos retornar a Ele (arrependimento). Essa é a perseverante mensagem da Bíblia. Em Cristo tudo se fez novo (2 Co 5.17)
A Bíblia condena a reencarnação, mas fala de ressurreição para todos (Jo 5.28-29; Ap 20.11-15).

Obras Consultadas:
GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética. Vida: São Paulo, 1999